Após esgotar toda a sua energia interna naquele fluxo contínuo que lhe exauria, naqueles poucos segundos de êxtase, toda a sua força reacumulada e que ali, naquele momento, naquela ação quase humana, quase animal e instintiva parecia lhe chupar o último sopro vital de sua força... tudo parou.
Naquele estado, próximo ao da morte e próximo do paraíso, encontrou forças para acender um cigarro. Fumou ali mesmo, deitado na cama, todas as idéias que lhe viam na cabeça. Após cair a última cinza no chão, permaneceu imóvel numa languidez sem fim que lhe prostrava o corpo e a mente. Um Schiele na parede lhe transportava para longe. Fechou os olhos e as imagens vieram, dançavam na sua frente uma a uma. Sentiu o perfume, os toques, ouviu os sons.
Retomou seu pensamento. Se achou voluptuoso, sensual, indescritível. Um semideus na terra capaz de embriagar as pessoas apenas com seu olhar. Sabia de seu poder sobre as pessoas, de sua influência, da sua magia.
Com as energias renovadas, se sentiu forte novamente. Livrou-se de seu estado moribundo anterior. Procurou por Deus, procurou pelo Diabo e só viu a si mesmo: Dionísio. Então, se lançou na noite escura a procura dos seus.