22.3.13

Rastro de estrela


Abria e fechava a mão como quem tentava pegar o vento. Era fim de tarde, mas o sol ainda lançava seus raios que esquentavam a pele do rosto. A estrada ia até onde podia ir o olhar. As árvores, os bois, o mato, as pessoas, passarinhos e crianças no meio do caminho passavam rápido pela janela.

O vento batia forte lançando a mão fechada em forma de concha para trás. O pensamento ia longe procurando lembranças do futuro que ficaram nas paredes da memória e que surgiam como sinapses, impulsos nervosos comunicados para todo o corpo, correndo por todo o corpo, se espalhando por todo corpo...

Soltou o vento quando abriu a mão em forma de cinco e seguiu deixando um rastro de estrela pendurado no ar invisivelmente interessante.