22.6.12

De partida


Mal cheguei e já estavas partindo
Que poderia eu fazer?
Diante de tal fato
Fiquei sorrindo

Era riso sim
Mas não era riso de alegria
Pois quando eu chegava ela partia

E lá longe – na esquina do tempo – te vi
Dobrar bem distante
Linda como todos os dias
Mas sempre que eu chegava
Tu partias

Te trouxe a alvorada como quem trás
Um ramo de flores
Fugistes pra longe
Pra longe tu fores

E no horizonte teu semblante se ia
Te aproveitas do ocaso
Acaso sabias?

Ah, se soubesses...  embora assim não irias!
Mas o que posso eu fazer?
És a lua da noite
E eu sol do dia

20.6.12

3h37


Em que tempo se conjuga seu sentimento? Ontem? Hoje? Amanhã? Agora? Daqui há pouco? Para sempre? Em que tempo estamos? Que ano é este? Qual dia da semana? Todos os nortes estão tão distantes e o agora é uma interrogação.
E quando dobrou a esquina e deu de cara com a vida ficou confuso. Vida: planos e cotidiano. Então, já não sabia mais quão distante estava das coisas ou de como tudo se distanciou. Sabia e apenas sabia que algo mudou, que algo estava diferente; são coisas que se sente, pois se sabe quando acontece.
Pensava sobre essas coisas às 3h37 da madrugada. Queria ligar para alguém, poder falar sobre bobagens desse tipo em plena madrugada... Desligou o telefone e foi dormir. Amanhã é outro dia.