9.2.09

Aquela música

Foi com entusiasmo que ele mostrou pela primeira vez a sua música favorita para ela. Ligou o aparelhzinho e colocou o fone de ouvido respeitando cada um dos lados: o Right, no ouvido direito e o Left, no ouvido esquerdo. Deu o play e enquanto a música tocava observava atentamente a sua expressão.

Quanta indiferença! Escutou, fez um comentário qualquer e foi embora. Isso lhe lembrou imediatamente o poema de Baudelaire “Os Olhos dos Pobres” (Spleen de Paris). Nem sempre as pessoas estão na mesma freqüência de pensamento e idéias.

Pegou seu player e foi escutar a música sozinho pensando naquilo tudo. Não havia nenhum problema com a canção, pensou solitário com seus botões. A ocasião era a mais apropriada possível e a música caia perfeitamente naquele instante. E aí? O que será que teria acontecido?

Depois de um tempo chegou a uma conclusão: às vezes, o melhor a se fazer é não fazer nada, pois nada há para se fazer.