15.4.10

Fragmentos:

Tédio

No fundo, somos todos herdeiros do Romantismo: subjetivos, idealizadores, sem métrica e sem rima. O amar, por mais que às vezes não pareça, ainda é o mais importante. Somos sempre na primeira pessoa. A melancolia, a angústia. O desejo que nunca se realiza. A bebida, o cigarro e o doce: saímos da realidade. Tudo isso numa época que, parece-nos, não precisa dos Românticos.


God spoke to me...
Quando eu acordei
Quando eu tomei água
Quando eu peguei o ônibus
Quando eu escutei a primeira voz do dia
Quando olhei para os seus olhos a me encarar
Quando eu escutei aquela música
Quando escutei Baudelaire miando me chamando pra colocar sua comida
E quando fui dormir.

Um comentário:

Tyara disse...

Já o seu texto me fez lembrar uma frase de Cazuza: ``O nosso amor a gente inventa pra se distrair``... Do tédio? Nada como uma paixão para embaralhar a rígida métrica do cotidiano.